Prefeitura autoriza integração entre ônibus e transporte complementar, mas divisão tarifária gera impasse

21/09/2017 - G1 BA

Empresas de ônibus querem que divisão seja feita da mesma forma que ocorre com metrô, o que não é aceito pelas concessionárias do transporte complementar.

Transporte complementar em Salvador. (Foto: Juliana Freitas/G1 Bahia)
Transporte complementar em Salvador. (Foto: Juliana Freitas/G1 Bahia)

A Prefeitura de Salvador informou, na quarta-feira (20), que a integração entre os micro-ônibus das Cooperativas de Transporte Complementar (STEC) e os coletivos das Concessionárias do Sistema de Transporte Público por Ônibus (STCO) foi autorizada pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob). Apesar disso, há agora um impasse com relação à divisão tarifária entre os dois sistemas.

A integração é uma reivindicação do trabalhadores do transporte complementar, que, também na quarta, fizeram um protesto pacífico pela cidade para cobrar o procedimento seja feito.

O sistema convencional de ônibus municipal possui 530 linhas. Já o STEC detém 47 linhas na cidade. Com a decisão, a prefeitura amplia a capacidade de integração na capital, através do chamado Bilhete Único. No entanto, conforme a gestão municipal, agora, cabe às cooperativas e às concessionárias a definição da divisão tarifária de R$ 3,60 para começar o processo.

As empresas de ônibus sugerem que as concessionárias do transporte complementar fiquem com 40% do valor da tarifa, enquanto o restante vai para os coletivos das Concessionárias do Sistema de Transporte Público. Essa divisão, no entanto, não é aceita pelas concessionárias do transporte complementar.

"Em nenhum lugar, existe uma divisão dessas. E a gente ainda tem que pagar uma taxa de administração do TransCard, que é de 6%. Ou seja, vamos ficar com menos ainda do que o valor que eles propõem, que é de R$ 1,42. Não tem como sobreviver assim, sem nenhum subsídio, diante do custo que temos hoje para operar os ônibus", destacou Pedro Miranda, presidente de um das duas cooperativas que integram a STEC.

Para Miranda, as coopetativas deveriam receber R$ 1,80 da integração. "Era isso que estava combinado, e é isso que ocorre em todo o lugar. A prefeitura não pode fazer isso: deixar as empresas de ônibus decidirem. Em todo lugar do país onde teve integração a tarifa negociada foi de R$ 1,80. Já aqui essa proposta é injusta demais. Não vai ter acordo nunca", destacou.