27/05/2017 - G1 AM
Em ambas as situações, a reação dos passageiros pode ter sido determinante para que os óbitos viessem a ocorrer
por Yuri Abreu
Medo e receio. Esses, são alguns dos sentimentos que tomam conta dos passageiros que necessitam usar os ônibus para se deslocar pela capital baiana, principalmente se for levado em conta o número de mortes ocorridas nos últimos 30 dias dentro dos coletivos: três, sendo duas apenas na última semana, uma registrada na região do Aquidabã e outra na Avenida Paralela. Em ambas as situações, a reação dos passageiros pode ter sido determinante para que os óbitos viessem a ocorrer.
Além disso, de acordo dados do Sindicato dos Rodoviários, houve pouco mais de 870 assaltos a coletivos apenas neste ano em Salvador, um aumento de 14% em relação a 2016, quando foram registradas 762 ofensivas a ônibus. “São índices que nos preocupam, pois apesar de todo o empenho do Gerrc [Grupo Especial de Repressão a Roubos em Coletivos, da Polícia Civil] e da Operação Gêmeos [da Polícia Militar], os números continuam crescentes. Temos ouvido relatos de companheiros que tem se mostrado receosos com a situação”, comentou Daniel Mota, diretor de comunicação de sindicato.
Nas ruas, passageiros relatam viverem momentos de tensão por conta da sensação de insegurança dentro dos coletivos. “Eu já ando com medo, imaginando que eles podem entrar a qualquer momento e anunciar o assalto. Além disso, eles são muito agressivos, mesmo com quem não tem qualquer tipo de reação”, afirmou a diarista Rosália Gomes.
Já assaltado em outras oportunidades, o estudante Rodrigo Yunes, aumentou os cuidados e diz ter algumas estratégias para não sofrer tanto durante as ações dos bandidos. “Quando preciso pegar ônibus, levo um celular que serve apenas para realizar ligações. Além disso, Já levo comigo uma certa quantia em dinheiro, apesar de usar o Salvador Card para pagar a passagem”, explicou.
MUDANÇAS
Apesar de ter ressaltado o empenho das autoridades, o diretor de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, disse que algumas reuniões, entre a categoria e os órgãos de segurança, necessitam ser feitas para se discutir novas estratégias e atuação para coibir os assaltos. “É um problema complexo no qual o governo poderia ajudar, investindo mais para melhorar a questão, principalmente na parte de inteligência, podendo se antecipar aos bandidos”. Nesta semana, a Polícia Civil prendeu o homem responsável pelo assassinato do servente Enéas Santana, que foi morto após reagir a um assalto a ônibus na Avenida Paralela, no último sábado.
Por outro lado, para as autoridades policiais, a recomendação para se evitar novas tragédias é a de que o passageiro não reaja às abordagens, procurando manter a calma, já que o assaltante, que está sob forte estresse, pode a qualquer momento cometer o ato de matar aquele que reaja ou se negue a passar os pertences.
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