Estação de BRT do Derby funciona pela metade

09/06/2016  - Diário de Pernambuco

Mesmo concluída em sua estrutura física, uma das plataformas da Estação de BRT do Derby, que integra o Corredor Leste Oeste, não tem funcionalidade para a população, além de servir como abrigo. O módulo que fica mais próximo da Avenida Agamenon Magalhães serve apenas de passagem para quem quer acessar o segundo módulo, onde concentra todo o entra-e-sai dos passageiros do Sistema Via Livre, oriundos do corredor da Avenida Caxangá ou dos que vêm pela Avenida Conde da Boa Vista. A população reclama porque, sobretudo nos horários de pico, a segunda plataforma fica sobrecarregada com o embarque e desembarque das três linhas que estão operando atualmente no Leste Oeste.

“Essa parada fica muito cheia e o calor é insuportável, sobretudo à noite, porque a primeira estação só serve de passagem. Eu acho que, enquanto o corredor não fica todo pronto, pelo menos poderiam distribuir as linhas nas duas plataformas, ou deixar uma para embarque e outra para desembarque”, desabafa a estudante Emily Karen, 19 anos, que utiliza diariamente o sistema.

O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano afirmou, contudo, que não há a possibilidade de uso da primeira plataforma da Estação de BRT do Derby, até que o Corredor Leste/Oeste passe a operar em sua totalidade. Enquanto isso, o módulo mais próximo da Avenida Agamenon Magalhães servirá apenas de entrada e de passagem para os usuários do sistema no Derby. “Mais quatro linhas ainda faltam operar no Corredor Leste Oeste. Elas dependem da inauguração de dois terminais de ônibus, o da 3ª e o da 4ª Perimetral. Quando acontecer a inauguração, essas linhas passarão a integrar o corredor. E o embarque e o desembarque das sete linhas serão distribuídos nos dois módulos da Estação de BRT do Derby”, justificou o Consórcio. 

Atualmente, operam três linhas no Corredor Leste/Oeste. Apenas duas estações de BRT do Leste/Oeste possuem duas plataformas: as estações do Derby e Guararapes. O Grande Recife Consórcio explicou ainda que, no planejamento do projeto foi observado que essas duas estações receberiam a maior demanda de embarque/desembarque de passageiros. A Estação da Guararapes, contudo, está com as duas plataformas em funcionamento, mesmo operando com as mesmas três linhas que embarcam e desembarcam no Derby. 

O engenheiro e coordenador regional da Associação Nacional do Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti, coloca que a operacionalização parcial do Via Livre e a falta de planejamento não permitem que a população seja capaz de fazer uma avaliação mais real do que é o sistema. Segundo ele, enquanto projeto estiver incompleto e sem soluções alternativas, o BRT em Pernambuco continuará com sua imagem desgastada, porque não conseguiu se tornar um sistema eficiente para os passageiros. “É uma pena porque o BRT poderia ser uma prova, um testemunho de que no estado é possível ter um sistema de transporte público eficiente e de qualidade”, lamenta César Cavalcanti.

Segundo o secretário executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades, Leonardo Cabral, a empresa Poli Consult, contratada em outubro do ano passado, ainda não finalizou o levantamento  dos serviços remascentes para a conclusão do Corredor Leste/Oeste. “Ainda não temos previsão de quando o sistema irá operar 100%”, revelou. 

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