09/06/2014 - O Globo
RECIFE - Cidade pequena, porém decente. Era assim que os pernambucanos costumavam definir a chamada Veneza brasileira, no século passado. Hoje, a cidade cresceu, está verticalizada, tem mais de um milhão e meio de habitantes, e a densidade demográfica chega a 7.037 pessoas por quilômetro quadrado. Com o espaço urbano saturado, não teve condições de sediar a Arena Pernambuco, o estádio de 46 mil lugares, que terminou sendo construído no município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana, a 22 quilômetros de Recife.
Devido ao crescimento da população, a capital enfrenta outro problema: frota de 645.045 veículos que obstruem ruas e deixam o trânsito totalmente congestionado, problema que marcou a Copa das Confederações e ameaça se repetir na Copa, com a chegada de 230 mil turistas. Não à toa, das 23 obras relacionadas ao evento, 19 são destinadas a melhorar a mobilidade no Grande Recife, onde os engarrafamentos já são rotina até nas rodovias federais.
São duplicações de rodovias, viadutos, terminais integrados de passageiros, estações de ônibus ou de trens, ramais (como o da Copa) e novos corredores. Segundo balanço do secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, das 23 prometidas, 13 ficaram prontas. Seis outras, que estavam previstas para operar no início de junho, não foram concluídas.
Entre elas as duas mais importantes intervenções para contemplar a mobilidade, os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste. Para funcionar como BRT, as duas vias somarão 45,6 quilômetros de extensão, ao longo dos quais deveriam ter sido concluídas 45 estações. Só quatro, no entanto, estarão operando durante a Copa do Mundo.
Para completar, as obras ainda em andamento estão sendo questionadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) que realizou mais de 50 vistorias e enviou um alerta de irregularidades ao governo estadual, que investiu R$ 492 bilhões em projeto de mobilidade da capital. A relatora do processo de auditoria de obras da Copa, Tereza Dueire, aponta valores excedentes de R$ 82 milhões, que seriam passíveis de devolução aos cofres públicos. Ela reclama de erros em projetos básicos, que se converteram em improvisações e aumentos de custo. Responsável pelas obras, a Secretaria das Cidades assegurou que R$ 63,3 milhões foram utilizados em "alterações qualitativas" e que a parte restante questionada foi empregada "na administração de canteiros e melhorias operacionais".
Para Leitão, no entanto, não há o que reclamar. Ele afirma que a Região Metropolitana só fez ganhar com o evento mundial, que permitiu investimentos de R$ 2 bilhões, em período relativamente curto:
- O maior legado da Copa está em Pernambuco. Além da construção da Arena Pernambuco, um estádio de padrão internacional, esses recursos foram empregados em obras para garantir a mobilidade urbana. Sem a Copa, dificilmente essas obras teriam novas linhas de financiamento para sua execução.
Temendo os engarrafamentos registrados no ano passado, o governador, João Lyra Filho (PSB), e o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), decretaram ponto facultativo nos dias de jogos na Arena. Nesses dias, as quatro estações de BRT serão utilizadas só por torcedores identificados por pulseiras coloridas.
A prioridade será para o transporte rodoviário, já que o metrô não funcionou como deveria na Copa das Confederações, quando se esperava que transportasse 70% dos torcedores, mas houve tumulto por superlotação nos trens e nas estações. A previsão este ano é que o metrô leve 33% dos passageiros. O restante vai de ônibus ou carro.
No Aeroporto dos Guararapes, os turistas se queixam da falta de sinalização adequada, manutenção dos banheiros e dificuldades de utilização dos sanitários por portadores de necessidades especiais.
Orçada em R$ 26 milhões e prevista para entrar em funcionamento na Copa das Confederações, no ano passado, a passarela que liga o Aeroporto dos Guararapes à estação do metrô foi iniciada em 2012, mas, até a última sexta feira, ainda não havia entrado em operação, dificultando a vida dos turistas que desembarcam no terminal.
Entre as obras concluídas, encontra-se o terminal marítimo de passageiros do Porto de Recife, que está pronto para receber 3.500 mexicanos que chegarão de avião à capital, mas se hospedarão em navio-hotel, no caso o MSC Divina, que ficará ancorado na capital entre os dias 10 e 26 de junho, quando os estrangeiros pretendem assistir às partidas da El Tri (apelido da seleção mexicana) no Nordeste.
Também ficou pronta a duplicação da BR 408, que liga Recife a São Lourenço, e que, no ano passado, representou um transtorno para os torcedores porque ainda estava em obras.
RECIFE - Cidade pequena, porém decente. Era assim que os pernambucanos costumavam definir a chamada Veneza brasileira, no século passado. Hoje, a cidade cresceu, está verticalizada, tem mais de um milhão e meio de habitantes, e a densidade demográfica chega a 7.037 pessoas por quilômetro quadrado. Com o espaço urbano saturado, não teve condições de sediar a Arena Pernambuco, o estádio de 46 mil lugares, que terminou sendo construído no município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana, a 22 quilômetros de Recife.
Devido ao crescimento da população, a capital enfrenta outro problema: frota de 645.045 veículos que obstruem ruas e deixam o trânsito totalmente congestionado, problema que marcou a Copa das Confederações e ameaça se repetir na Copa, com a chegada de 230 mil turistas. Não à toa, das 23 obras relacionadas ao evento, 19 são destinadas a melhorar a mobilidade no Grande Recife, onde os engarrafamentos já são rotina até nas rodovias federais.
São duplicações de rodovias, viadutos, terminais integrados de passageiros, estações de ônibus ou de trens, ramais (como o da Copa) e novos corredores. Segundo balanço do secretário extraordinário da Copa, Ricardo Leitão, das 23 prometidas, 13 ficaram prontas. Seis outras, que estavam previstas para operar no início de junho, não foram concluídas.
Entre elas as duas mais importantes intervenções para contemplar a mobilidade, os corredores Norte-Sul e Leste-Oeste. Para funcionar como BRT, as duas vias somarão 45,6 quilômetros de extensão, ao longo dos quais deveriam ter sido concluídas 45 estações. Só quatro, no entanto, estarão operando durante a Copa do Mundo.
Para completar, as obras ainda em andamento estão sendo questionadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) que realizou mais de 50 vistorias e enviou um alerta de irregularidades ao governo estadual, que investiu R$ 492 bilhões em projeto de mobilidade da capital. A relatora do processo de auditoria de obras da Copa, Tereza Dueire, aponta valores excedentes de R$ 82 milhões, que seriam passíveis de devolução aos cofres públicos. Ela reclama de erros em projetos básicos, que se converteram em improvisações e aumentos de custo. Responsável pelas obras, a Secretaria das Cidades assegurou que R$ 63,3 milhões foram utilizados em "alterações qualitativas" e que a parte restante questionada foi empregada "na administração de canteiros e melhorias operacionais".
Para Leitão, no entanto, não há o que reclamar. Ele afirma que a Região Metropolitana só fez ganhar com o evento mundial, que permitiu investimentos de R$ 2 bilhões, em período relativamente curto:
- O maior legado da Copa está em Pernambuco. Além da construção da Arena Pernambuco, um estádio de padrão internacional, esses recursos foram empregados em obras para garantir a mobilidade urbana. Sem a Copa, dificilmente essas obras teriam novas linhas de financiamento para sua execução.
Temendo os engarrafamentos registrados no ano passado, o governador, João Lyra Filho (PSB), e o prefeito de Recife, Geraldo Júlio (PSB), decretaram ponto facultativo nos dias de jogos na Arena. Nesses dias, as quatro estações de BRT serão utilizadas só por torcedores identificados por pulseiras coloridas.
A prioridade será para o transporte rodoviário, já que o metrô não funcionou como deveria na Copa das Confederações, quando se esperava que transportasse 70% dos torcedores, mas houve tumulto por superlotação nos trens e nas estações. A previsão este ano é que o metrô leve 33% dos passageiros. O restante vai de ônibus ou carro.
No Aeroporto dos Guararapes, os turistas se queixam da falta de sinalização adequada, manutenção dos banheiros e dificuldades de utilização dos sanitários por portadores de necessidades especiais.
Orçada em R$ 26 milhões e prevista para entrar em funcionamento na Copa das Confederações, no ano passado, a passarela que liga o Aeroporto dos Guararapes à estação do metrô foi iniciada em 2012, mas, até a última sexta feira, ainda não havia entrado em operação, dificultando a vida dos turistas que desembarcam no terminal.
Entre as obras concluídas, encontra-se o terminal marítimo de passageiros do Porto de Recife, que está pronto para receber 3.500 mexicanos que chegarão de avião à capital, mas se hospedarão em navio-hotel, no caso o MSC Divina, que ficará ancorado na capital entre os dias 10 e 26 de junho, quando os estrangeiros pretendem assistir às partidas da El Tri (apelido da seleção mexicana) no Nordeste.
Também ficou pronta a duplicação da BR 408, que liga Recife a São Lourenço, e que, no ano passado, representou um transtorno para os torcedores porque ainda estava em obras.
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