01/08/2012 - Metropole em Movimento
Há quase três décadas o Recife desenhava a sua malha viária metropolitana com sete vias radiais e quatro corredores perimetrais. Os nomes podem até parecer estranhos, mas basta entender que a malha viária foi pensada como um leque com as vias perimetrais (horizontais) fazendo interseção com as vias radiais (verticais) formando uma rede. Foi assim que teve início a lógica do transporte metropolitano da cidade numa rede estruturada para vinte e três terminais e absorvendo o transporte dos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). O conceito foi plantado em 1985 e é hoje um dos maiores trunfos para a melhoria do transporte público na cidade.
Não por acaso, o Recife é uma das raras metrópoles do país que dispõe de um sistema metropolitano integrado, onde o usuário se desloca dentro do sistema com apenas uma passagem. "O SEI é invejado por muitas cidades", assegura o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nelson Menezes. A empresa é responsável por gerir o transporte metropolitano e dos municípios consorciados. Apesar disso, a capital pernambucana ainda não é referência em transporte público e é fácil entender a razão. A maior parte das intervenções planejadas para o SEI não saiu do papel. O maior avanço foi em relação a construção de terminais de integração. Dos 23 terminais previstos, sete foram construídos na década de 1990 e outros sete foram entregues entre 2002 e 2012. E até 2014, o sistema irá dispor de 25 terminais de integração, dois a mais do que estava previsto.
Enquanto os terminais estavam sendo construídos, o sistema viário que possibilitaria um deslocamento mais rápido e eficiente dos coletivos nas radiais e perimetrais foi deixado para trás. Das quatro perimetrais planejadas, dispomos apenas da primeira: a Avenida Agamenon Magalhães, que foi inaugurada no final da década de 1960. As outras três perimetrais estão incluídas no PAC Mobilidade, que tem prazo de execução até 2016.
Nas radiais a situação é menos crítica. Das sete, duas foram contempladas com as linhas Centro e Sul do metrô, as avenidas Mascarenhas de Morais e José Rufino. Duas já funcionavam com corredores exclusivos: a PE-15 e a Avenida Caxangá, que estão incluídas respectivamente nos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. As duas vias estão recebendo um novo formato para se adequar aos moldes do BRT (sigla inglesa para Transporte Rápido por Ônibus). A radial da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, está em obras para dispor de um corredor de ônibus. Estão de fora, por enquanto, as avenidas Norte e Abdias de Carvalho, que também são radiais. "A gente está com a faca e o queijo na mão. Agora é a vez de apostar nos corredores e não parar ", ressaltou a engenheira Regilma Souza, que participou da criação do SEI. O intervalo longo entre o que foi planejado e o que ainda falta ser executado afeta diretamente quem está na ponta do sistema: o usuário.
Por uma melhor integração
Terminal Integrado Pelópidas Silveira é o maior da RMR Com uma frota de três mil ônibus, o Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da RMR transporta por dia dois milhões de usuários. Desses, 800 mil estão na rede integrada, o que significa 40% do total de usuários. O percentual ainda é muito pouco se levarmos em conta a dimensão e importância da malha idealizada para a integração. Uma das razões é justamente a demora na implantação efetiva do Sistema Estrutural Integrado (SEI).
Quando o SEI estiver operando com todos os terminais, a estimativa é duplicar o número de usuários integrados. Para se ter uma ideia, em Curitiba com uma frota de 1,9 mil ônibus, o número de passageiros transportados chega a 2,3 milhões por dia com 95% do sistema integrado. O que reforça um maior grau de eficiência no sistema. é o número de viagens realizadas por dia. Um exemplo emblemático de um sistema ainda travado é o de Belo Horizonte com Além de conforto, eficiência e regularidade nos deslocamentos, outro desafio para melhorar a integração é a acessibilidade dos terminais para pedestres, ciclistas e motoristas. "Tem que facilitar a entrada do usuário. As calçadas precisam dispor de acessibilidade, boa iluminação no entorno, segurança e estacionamento para bicicletas, carros e motos", ressaltou o coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público.
Há quase três décadas o Recife desenhava a sua malha viária metropolitana com sete vias radiais e quatro corredores perimetrais. Os nomes podem até parecer estranhos, mas basta entender que a malha viária foi pensada como um leque com as vias perimetrais (horizontais) fazendo interseção com as vias radiais (verticais) formando uma rede. Foi assim que teve início a lógica do transporte metropolitano da cidade numa rede estruturada para vinte e três terminais e absorvendo o transporte dos 14 municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). O conceito foi plantado em 1985 e é hoje um dos maiores trunfos para a melhoria do transporte público na cidade.
Não por acaso, o Recife é uma das raras metrópoles do país que dispõe de um sistema metropolitano integrado, onde o usuário se desloca dentro do sistema com apenas uma passagem. "O SEI é invejado por muitas cidades", assegura o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nelson Menezes. A empresa é responsável por gerir o transporte metropolitano e dos municípios consorciados. Apesar disso, a capital pernambucana ainda não é referência em transporte público e é fácil entender a razão. A maior parte das intervenções planejadas para o SEI não saiu do papel. O maior avanço foi em relação a construção de terminais de integração. Dos 23 terminais previstos, sete foram construídos na década de 1990 e outros sete foram entregues entre 2002 e 2012. E até 2014, o sistema irá dispor de 25 terminais de integração, dois a mais do que estava previsto.
Enquanto os terminais estavam sendo construídos, o sistema viário que possibilitaria um deslocamento mais rápido e eficiente dos coletivos nas radiais e perimetrais foi deixado para trás. Das quatro perimetrais planejadas, dispomos apenas da primeira: a Avenida Agamenon Magalhães, que foi inaugurada no final da década de 1960. As outras três perimetrais estão incluídas no PAC Mobilidade, que tem prazo de execução até 2016.
Nas radiais a situação é menos crítica. Das sete, duas foram contempladas com as linhas Centro e Sul do metrô, as avenidas Mascarenhas de Morais e José Rufino. Duas já funcionavam com corredores exclusivos: a PE-15 e a Avenida Caxangá, que estão incluídas respectivamente nos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. As duas vias estão recebendo um novo formato para se adequar aos moldes do BRT (sigla inglesa para Transporte Rápido por Ônibus). A radial da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, está em obras para dispor de um corredor de ônibus. Estão de fora, por enquanto, as avenidas Norte e Abdias de Carvalho, que também são radiais. "A gente está com a faca e o queijo na mão. Agora é a vez de apostar nos corredores e não parar ", ressaltou a engenheira Regilma Souza, que participou da criação do SEI. O intervalo longo entre o que foi planejado e o que ainda falta ser executado afeta diretamente quem está na ponta do sistema: o usuário.
Por uma melhor integração
Terminal Integrado Pelópidas Silveira é o maior da RMR Com uma frota de três mil ônibus, o Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da RMR transporta por dia dois milhões de usuários. Desses, 800 mil estão na rede integrada, o que significa 40% do total de usuários. O percentual ainda é muito pouco se levarmos em conta a dimensão e importância da malha idealizada para a integração. Uma das razões é justamente a demora na implantação efetiva do Sistema Estrutural Integrado (SEI).
Quando o SEI estiver operando com todos os terminais, a estimativa é duplicar o número de usuários integrados. Para se ter uma ideia, em Curitiba com uma frota de 1,9 mil ônibus, o número de passageiros transportados chega a 2,3 milhões por dia com 95% do sistema integrado. O que reforça um maior grau de eficiência no sistema. é o número de viagens realizadas por dia. Um exemplo emblemático de um sistema ainda travado é o de Belo Horizonte com Além de conforto, eficiência e regularidade nos deslocamentos, outro desafio para melhorar a integração é a acessibilidade dos terminais para pedestres, ciclistas e motoristas. "Tem que facilitar a entrada do usuário. As calçadas precisam dispor de acessibilidade, boa iluminação no entorno, segurança e estacionamento para bicicletas, carros e motos", ressaltou o coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público.
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