Fortaleza: Implantação de corredores de ônibus atrasada

27/07/2012 - O Estado

Somando-se às tantas ações anunciadas, programadas e não concretizadas no tempo previsto, estão as faixas prioritárias para transporte público na Capital. O sistema de tráfego que leva o nome de Serviço Rápido de Ônibus (BRS- sigla em inglês) já deveria estar funcionando desde junho, diminuindo pela metade o trajeto entre a Bezerra de Menezes e o Centro, de 1h10 minutos. A nova previsão é agosto e o atraso pode impedir que outros dois trechos sejam implantados até o fim de 2012, como foi anunciado pela Prefeitura de Fortaleza. 

Não houve grandes impactos financeiros e o projeto já está finalizado, sem os entraves estruturais mencionados quando da divulgação sobre a data de implantação, em março. O que impediu o cumprimento do cronograma do BRS foram as negociações trabalhistas entre motoristas e empresas de coletivos, que acontecem anualmente. A informação foi fornecida pelo presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), Ademar Gondim, que definiu a primeira quinzena de agosto como nova data. 

Serão três grupos de linhas (BRS1, BRS2 e BRS3) pertencentes ao primeiro trecho, Antônio Bezerra/Centro. Ainda há, entretanto, as opções de sistema nos trechos Antônio Bezerra/Messejana, Lagoa/Centro, Messejana/Centro e Leste-Oeste/Centro. Haverá, em cada parada de ônibus, sistemas de informação sobre horários e itinerários. Sinalizações e ações de educação orientarão os motoristas. Os semáforos, porém, não serão alterados, como aconteceu na implantação do BRS no Rio de Janeiro, que serviu como exemplo para execução do sistema em Fortaleza. 

A experiência carioca é recente, ainda de 2012, mas os cearenses que utilizam o BRS no Rio já conseguem apontar diferenças que poderão dificultar a fluidez esperada para o trânsito fortalezense. “Os corredores deixam as viagens mais rápidas, principalmente em horários de pico. É preciso, porém, lembrar que eles existem em avenidas largas, de até cinco faixas. Não sei como funcionaria em vias estreitas como as de Fortaleza. O motivo para adiarem a implantação deve ser porque ainda estão pensando como vão fazer”, avaliou a jornalista Roberta Bonfim, que há um ano mora no Rio de Janeiro. 

Detalhes e pendências
Das sete vias que deverão receber o primeiro BRS em Fortaleza (avenidas Bezerra de Menezes, Tristão Gonçalves, Imperador e Duque de Caixas; e as ruas Metom de Alencar, Pedro I e Padre Ibiapina), apenas Bezerra de Menezes e Imperador poderão abrigar duas faixas do corredor. No restante dos logradouros, considerados mais estreitos, os ônibus circularão com prioridade em apenas uma faixa. 

Alguns detalhes ainda estão em análise para a concretização da melhoria no transporte público da Capital. De acordo com o presidente da Etufor, ainda é preciso rever o acesso a escolas e bancos que estão localizados nas vias do trecho. A entrada no corredor, restrita a ônibus, vans e táxis com passageiros, só será permitida em casos de acesso ao lote (estacionamento ou garagens) e para conversões. 

Entretanto, não foi acertado ainda, junto aos taxistas, como a verificação da existência de clientes a bordo será executada. “Os carros provavelmente não poderão ter fumê na parte traseira”, acrescentou Ademar. Todas as paradas de ônibus no primeiro trecho serão realocadas e terão cerca de 500 metros de distância. Antes das penalidades sobre “invasões” dos corredores prioritários, uma ação educativa vai tirar dúvidas de motoristas e, de acordo com informações divulgadas em março, existirão aparelhos eletrônicos de fiscalização a cada 200 metros.